Equilibrando





   Sabemos que num sentido mais amplo, toda manifestação aqui na terra está sob o véu de Maia (ilusão), e as vezes temos dificuldades em enxergar além deste véu. Porém, num sentido prático da vida podemos trabalhar a busca do equilíbrio entre razão e emoção.
A emoção parte do nosso interior, jorra como uma onda, com todos os sentimentos latentes que nos constituem. Quando agimos somente pela emoção, muitas das vezes deixamos por escapar reações impulsivas, que as vezes retornam permeadas de sentimentos a serem lapidados, não é verdade? Como saber o que verdade ou ilusão em meios a tantos sentimentos?
É reciproco no caso da razão, Razão em seus extremos, não há nenhuma emoção, nos torna desumanos e incompletos em nossa composição, em nossa humanidade. Neste sentido diante de algum sentimento interno que se queira trabalhar, podemos buscar desenvolver este equilíbrio, por ex: quando apresentar um sentimento negativo que já o identificamos, mas não conseguimos mudar, pois de uma certa forma pensamos ainda ser parte da nossa natureza, lembremos da lei antes de tudo, se a princípio não  há muito o que se fazer  em relação ao que sentimos o  primeiro passo é a aceitação do que é, acolher a realidade, do jeito que ela ainda é. Em seguida, é buscar o caminho do meio, mas como? Quando estamos diante de um sentimento que nos fere, seja ele qual for devemos usar a razão, o mental para nos fazer presente, observando toda a trama interna, onde, primeiramente tomamos consciência do que está acontecendo, em seguida nos colocamos em um lugar neutro, do que observa, buscando desassociar da situação, ou seja, desapegar daquele sentimento que não queremos, que nos tira a paz, seja uma dúvida, ou um desconforto, e no tempo ir maturando a nossa força de vontade, para transmutar os padrões emocionais que ainda existem em nossas relações para consigo e para com o outro.
Para a razão em demasia, podemos nos permitir sentir mais, dando lugar a humildade, uma vez que não sabemos de tudo, que não temos o controle absoluto de nada, e está tudo dentro dos mistérios Divinos. Sentir o Tempo, o Mistério, a si mesmo  e o mais importante, o outro, este que não é nada mais do que a extensão de nós mesmo, buscar sentir a natureza de si mesmo num sentido mais profundo, a imensidão da unidade do Ser.
Em fim, nesta labuta vamos laborando, ordenando-nos no caminho, em cada encarnação temos um propósito para se trabalhar, aquilo que mais nos dói, talvez resgates ancestrais, de nós mesmos nestas manifestações da unidade. Transmutar,  equilibrar, razão e emoção, equiparar é a chave para o despertar do eu  melhor, do eu Maior, de Um melhor Nós.


Brenda G. Silva

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